segunda-feira, 9 de novembro de 2009

pragas egípcias e outras que nos assolam.




Penso constantemente em soluções para os desastres ecológicos do planeta, mas percebo que é muito difícil resolver problemas tão menores como os do meu país, do meu estado, do meu município. Ao lado do bairro em que moro tem um outro cujos desacertos sociais e ecológicos são tantos que, resolvi apelar para a ajuda de Madame Monkayra, uma das últimas e legítimas bruxas nativas do Nilo, no Egito, especialista nas sete pragas faraônicas e que atualmente tem um consultório em minha cidade.
Marquei consulta pagando taxa de emergência já que as de urgência estão preenchidas até meados do próximo ano (consultas normais nem são mencionadas em sua agenda) e lá fui relatar os diversos problemas que gostaria de solucionar. Quando terminei de enumerar as tantas mazelas, a bruxa egípcia de olhos negros olhou nos meus olhos verdes e me disse que para ela resolver metade das desgraças daquele lugar ela precisaria utilizar as sete pragas mais duas. Quando ouvi isso decidi sair dali sem nem ao menos descobrir quais seriam as outras duas pragas, pois moro tão próximo deste bairro (algo em torno de oitocentos metros) que com toda certeza estilhaços destas pragas cairiam sobre os bairros vizinhos. O que poderia causar danos ao meu pequeno mundo. O que alguns gafanhotos não fariam no meu jardim? Afinal as pragas podem solucionar problemas, mas também podem causar outros e não conheço nenhuma outra bruxa que possa trabalhar com antipragas egípcias autênticas ou genéricas.
Ressalto: um banco americano quebra ao emprestar dinheiro para construção de míseras setecentas casas. Se a falência desta instituição financeira atinge os quatro cantos do continente, devassa nossas economias, imaginem o que farpas de nove pragas egípcias (sendo duas desconhecidas) não fariam ao meu bairro. Enfim, dúvidas, incertezas, divagações…

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