domingo, 10 de janeiro de 2010

Mudanças



Como as abelhas eu espero as primaveras. Tenho uma necessidade impar de flores. Não vivo de néctar, mas me defino como um colibri insaciável. Com minhas avós Amélia e Benedicta, aprendi a plantar jardins. Sábias, elas me ensinaram que beija-flor, borboleta e abelha precisam se alimentar sempre. E, para que tão belas criaturas não pereçam, é importante plantar espécies que floresçam o ano todo. Fazendo uso desta técnica em meus jardins tenho a sensação, ou uma certa ilusão, de ter primaveras diárias...
No seco inverno do ano passado, meu quintal ficou rubro pela grande florada dos vários mulungus (Erythrinas) que plantei nos últimos anos, e que têm sido a salvação dos seres polinizadores, garantindo néctar e pólen suficientes para atravessarem, sem sofrimento, a mais rigorosa das estações.
Perto de setembro começou a chover... Claro, tivemos uma primavera de muito viço, muito verde, e muitas flores... As chuvas se prolongaram e começou o verão e não parou de chover... Não houve pausa e choveu até meados de fevereiro de 2009. O inverno de 2009 foi menos rigoroso do que o anterior e a primavera tímida (nem falo de outono, por que é uma estação quase imperceptível, pelo menos no Brasil está assim). Novamente verão.
Estes dias tem feito um calor insano, digo que abriram as portas do inferno aqui no Rio de Janeiro, porque está insuportavelmente quente... Começo a notar mudanças no clima em geral e a perceber que não tem mais uma definição de estação... Como será a próxima primavera? Rica de flores e néctar? Discreta? Ausente? Enfim, dúvidas, incertezas e divagações...

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