segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Raio X



Eu amo!!! Gosto muito do reconhecimento da fragilidade humana, do deixar claro que precisamos do outro, não só para perpetuar, mas para nos ampararmos em nossas carências emocionais ou físicas… E, ao mesmo tempo, criando a idéia de que a dois pode acontecer algo divinal, enfim este poema (o anjo-xícara, de Maria Helena Latini) pra mim, é mágico.

Alexandre, eu entendo muito de louça partida… Em um poema meu, do “sonhos e confiscos” eu falo sobre a porcelana rara quebrada… Eu sou esta xícara que quebram todo dia e que aprendeu a se juntar e se fazer inteira novamente… A minha força vem deste meu ofício do refazer diário.

Nacos perdidos… Esta nossa necessidade de unidade… E unidade perfeita… Sem ranhuras… Não vemos que são nas fendas que encontramos detalhes importantes… Queremos o visível certinho, o plástico, mas somos feitos de rugas e rachaduras (rachadurhas) e, são exatamente, estas cicatrizes de tempos e guerras, que nos fazem únicos, pois cada um se cola como pode, como consegue, como suporta.

Alê estou na minha fase down(dérrima)… Fundo do poço… Achando-me nos pedaços mais ínfimos… I need to talk. Só pra ter idéia há três semanas só consigo pregar os olhos depois das sete da manhã. Estou pior do que naquela fase de 2004. E, sabe, cansei das terapias ocupacionais, pois se tornaram onerosas e ineficientes para mim. É louco isso, não estou em processo de depressão, mas de angústia. Algo diferente, assustador.

Pela primeira vez vejo que meu eu grita mais e precisa mais de mim, neste momento, e é mais importante do que minha defesa ferrenha a natureza, ao processo de preservação e ao caos do aquecimento global. Não é egoísmo, é uma brutal necessidade de me refazer, de me achar e me colar, mas estou juntando partículas. Urhacy (???) de quê? Qual deles? Enfim, dúvidas, incertezas e divagações…

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