quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

dentro e fora de mim...

Ophrys incubacea Bianca

Há dias que eu estou no ovo. É um tipo de ver a vida por dentro: antes de nascer. Aqui, neste útero independente é quente, protegido, não tem hipocrisia, falsidade ou traições... Prefiro estar dentro deste invólucro do que exposto à luz. Sou vampiro mesmo, e, por natureza gosto de escuridão! Pena que sempre o ovo trinca, quebra, racha e eu tenho que nascer novo, de novo... É um ciclo que parece que não tem fim. Às vezes dentro, às vezes fora de mim mesmo. Aqui, ali, lá ou em Bagdá eu e meus sentimentos de solidão, de urgência ou ainda de emergência. Alma inquieta que só os escolhidos, por um deus qualquer, podem saber ou entender. Mas nem sou um escolhido, porque me sinto tão cobrado?

Era início, mas parecia ser antigo, era início.
Então... Hoje eu acordei  meio, eu não acordei inteiro! Mas eu não sou inteiro nunca... Eu sou um misto de muitas coisas... Como poderia ter acordado inteiro hoje? Não importa, mas hoje, realmente,  eu acordei meio:  leso, triste, cabreiro, sentimental, caído.... É diferente... Porque eu sou meio homem, meio cavalo (gêmeos/sagitário), meio anjo, meio vampiro, meio novo, meio velho... É diferente! Hoje não me reconheci.

Urhacy Faustino

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