quarta-feira, 20 de março de 2013

Do trigo do Nilo a cana do mundo

 

Rio Nilo

 

Eu amo o novo, mas tenho profundo respeito e paixão pelo antigo. Através do antigo escrevemos história. História de nós mesmos. História de como evoluímos. Também podemos tirar do antigo, base para não repetirmos tragédias, declínios.

Foi basicamente por alimento que Roma expandiu seu poderio durante o governo de Cesar. Foi por comida que tiraram do trono o último Faraó do Egito: Cleópatra. Não foi porque Marco Antônio vivia em luxúria com a linda rainha, mas porque Otaviano queria os grãos do tão farto Nilo.

Hoje buscamos não só comida, mas fontes alternativas de energia. Plantamos cana-de-açúcar em muitos lugares que plantávamos milho, trigo, arroz e muitos outros cereais e frutas. Deste modo, o mundo moderno precisa de mais suprimentos para se manter. E pelo menos dois suprimentos básicos: alimento e energia. Para produzir ambos desmatamos o pouco que resta da floresta primal e ao destruir a floresta estamos destruindo outro grande importante recurso natural e essencial à vida: água. E como se não bastassem toda esta problemática de produção exacerbada de recursos para suprir as necessidades deste período em que existimos, nós ainda agravamos produzindo em escala nunca vista antes, novos seres humanos. O mundo esta ficando sobrecarregado do bicho que mais deu certo neste planeta: o homem. E não damos conta disso. Fazemo-nos de desentendidos. Fechamos os olhos numa cegueira proposital.

Neste meu canto, lindo e mágico que construí para habitar com plantas e animais me pego pensando diariamente em algo que trouxesse alguma iluminação para o caos que se aproxima. Como homem do campo que fui, sempre soube da fragilidade das safras. Basta não chover na época certa que não se produz grãos, frutas etc. Não se produz alimento. O que temos de estoque de ração básica para alimentar quase sete bilhões de estômagos humanos? Aguentaríamos sete anos de safras péssimas?

Eu me pego pensando, indagando a mim mesmo e sempre são dúvidas, incertezas, divagações, solitárias e sem ecos.

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